sexta-feira, 26 de junho de 2009

ESTUDO ERRADO - ALDEIR DOURADO

O ALUNO QUE PERDE AULA, EM GERAL NÃO PERDE NADA

“... QUEM GOSTA DE AULA É PROFESSOR. ALUNO TENDE A FUGIR DELA, PORQUE JÁ PERCEBE QUE NÃO LHE TOCA A ALMA.” – PEDRO DEMO

Segundo DEMO, a proposta didática da atual escola, baseada essencialmente nas aulas (instrucionistas), está falida. Não se aprende bem em nenhum canto desse país, nem na escola particular, porque o instrucionismo é o mesmo, a vantagem da escola particular é gerencial, não pedagógica.
Observando o desempeno escolar em nosso país manifesta tendência de queda constante; mesmo com o aumento dos anos letivos, iniciado em 1997 ( com a nova LDB). Embora essa situação incomode muito o professor – ele em geral, gosta de aula – seria prudente levá-la em conta, já que no todo, os dados insinuam energicamente que, se continuarmos fazendo em sala de aula o que estamos fazendo hoje, vamos a ladeira abaixo. A proposta didática da atual escola, baseada essencialmente nas aulas (instrucionosta ), está falida.
Para Demo, não se trata de castigar a aula em si. Há uma aula boa. Mas a aula paradigmática é instrucionista, copiada para o aluno copiar. Essa idéia tão entranhada na escola precisa ser desfeita urgentemente. Primeiro se fosse para transmitir, reproduzir conhecimento, as novas tecnologias são imbatíveis. Não precisamos para isso, a rigor nem escola nem professor. Segundo, as teorias mais pertinentes de aprendizagem afastam, vigorosamente, a não reprodução do conhecimento. Conhecimento não é dinâmica que possa ser copiada, pois, nosso cérebro não é xérox. Ao contrário, é máquina autopoética, interpretativa, reconstrutiva, e auto-referente, do ponto de vista do observador envolvido.
A escola tornou-se um ente abstrato. Além de não saber lidar com novas linguagens, permanece na linguagem instrucionista, sem perceber que o aluno já não a suporta. A crença de que aprender é freqüentar aula é tão encardida que não vemos outra saída para melhorar o desempenho do aluno a não ser aumentar as aulas. Assim foi na LDB. Assim foi no aumento do Ensino Fundamental para nove anos. E assim será na idéia de novo em pauta da escola de tempo integral. O professor deveria ter coragem de dispensar os alunos da freqüência às aulas. Veria logo que ninguém viria ouvi-lo.
A cosia mais sagrada da escola não é a aula, mas a aprendizagem. Aula não é necessariamente aprendizagem. Por isso, perder aula nem sempre é uma tragédia. Pode ser também boa idéia. Quem mais precisa mudar, não é o aluno, mas o professor. O mundo mudou e a escola se escondeu. Se a escola não mudar, a nova geração o vai fazer, com especial picardia. A escola não vai desaparecer, muito menos o professor. O professor socrático é indispensável. O instrucionista está superado.
Logo, podemos concluir, que a questão da didática usada em nossas escolas precisa ser mudada, a prova disso, são as estatísticas que apontam o nível dos alunos em todo país comparado com outros países do mundo. No entanto iniciativas como essas vão mudar esse quadro. Nós como futuros educadores precisamos fazer parte dessa mudança e contribuir para melhoria de nossa educação.

REFERÊNCIA:

Revista Aprendizagem - Ano 1 nº 3 Nov/Dez/2007, Editora Melo, Pinhais – Pr. p. 56,57

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